Ronaldo Marques

"O olhar de uma ave de rapina"

Nunca antes na história desse país um presidente pediu para as mulheres brasileiras votarem em outra mulher... para presidente do país!

Essa eleição ainda está longe de ser um "fait accompli" e vai começar com dois candidatos , um homem e uma mulher, empatados na liderança e outra mulher em 3º lugar nas pesquisas.
O índice de rejeição de Dilma Rousseff entre as mulheres já deve ter sido alvo de muitas pesquisas qualitativas nesta eleição.
Alguns "experts" desqualificam essa rejeição de maneira preconceituosa explicando o eleitorado feminino, como não envolvido, despolitizado e desinformado quando comparado ao eleitorado masculino.
Algo prematuro e que pode ser revertido com a gradual exposição da candidata no horário de propaganda política gratuita dizem os "oráculos."
Mas João Santana, marqueteiro de Dilma, sabe que a “alma feminina” é fundamental. Prova disso é a metamorfose visual pela qual a candidata tem passado nos últimos meses.
De fazer inveja a qualquer senhora de 62 anos de idade que queira aparentar mais feminilidade, menos arrogância e dureza.
Aguardem! Vem aí... a Vó Dilma! O lado maternal, fotos com crianças, a vida pessoal, a expectativa do netinho, etc.
Na versão tupiniquim, a nossa " Margareth Thatcher" estará representando um Che Guevara de "tailleur"... "Hay que endurecer pero sin perder la ternura jamás!"

A Impostura

Há algo de estranho, entretanto, que João Santana ainda não conseguiu corrigir. E este algo se chama impostura! A mentira! A falsidade!
Desde jovem e por força das escolhas que fez na vida Dilma passou a usar diferentes identidades para iludir seus perseguidores.
Para Dilma representar, enganar, pretender ser algo que ela não é se tornou uma questão de sobrevivência. Portanto, não é surpresa, por exemplo, que ela tenha pretendido ter diplomas de doutorado e mestrado quando na realidade nunca teve!
Acho que algumas mentiras são louváveis como mentir sob tortura para poupar a vida de outros companheiros na clandestinidade.
Outras nem tanto. Já mentiu sobre as causas do apagão de 2008. Sobre sua influência no caso da receita federal na investigação dos Sarney e no caso do dossiê de Eduardo Jorge e antes sobre o dossiê da dona Ruth. Agora vem a tona o caso do programa de governo. Rubricar não é assinar?
Todas as vezes que Dilma aparece na mídia de forma espontânea, sem a ajuda de sua assessoria, de um teleprompter ou de uma mesa de edição fica evidente seu despreparo e revelada a impostura!
É a enganação que ela não consegue disfarçar! O papel que ela ainda não aprendeu a representar!
A arrogância, o jeito de mulher mandona, fria, calculista, autoritária, o mau humor, a falta de diálogo, os gritos e repreensões com seus pares, enfim, tudo o que se conhece sobre a personalidade "forte" da candidata são ferramentas que Dilma sempre utilizou para encobrir a impostura, sua falta de preparo para os papéis que desempenhou na vida, inclusive este da sua candidatura à presidência.

A Sociologia e o voto feminino

Conversei nos últimos dias com um amigo e sociólogo e perguntei se as mulheres votam na forma ou no conteúdo e se ele via alguma razão para a rejeição à Dilma por parte do eleitorado feminino?
"Na forma! Nem toda mulher vota pela forma, só as normais!
Agora, há forma... e forma. Acho que está na personalidade, não na aparência física. Personalidade também é forma.
Em geral, você sabe, as mulheres são nervosas. Elas admiram (e invejam) uma mulher que seja calma e segura.
Ora, Dilma não é calma, é um pouco atarantada. Não parece sentir-se à vontade como candidata. A candidatura não dá a impressão de ser algo natural em sua vida."
Esse problema não acontece com a Marina. Embora pareça, como já disse alguém, ser a mãe do Macunaíma, e seja raivosa (o que é diferente de não ser calma), ela é segura e sua candidatura é algo natural em sua vida (...) Esse jeito autoritário da Dilma, de mulher mandona, não corrige, nem ofusca, sua falta de naturalidade no papel que está representando. Há algo de improvisado na sua relação com a candidatura."

Os olhos são o espelho da alma

Conversei também com diversas mulheres e elas confirmam e explicam, do seu jeito, a opinião do sociólogo.
Me chamou a atenção como as mulheres prestam atenção, em detalhes pequenos, que passam desapercebidos para os homens.
É mesmo uma questão de forma que está evidente no olhar, nos gestos, e na voz da candidata.
Algumas expressões verbalizadas são: "tem olhar gelado"; "não é um olhar feminino"; o sorriso não chega aos olhos"; "o olhar não é terno"; "a fala não é doce"; "O tom e o timbre de voz não tem meiguice"; "O gestos são bruscos e pouco femininos."
Estes estímulos quando somados à percepção que as mulheres tem da biografia de Dilma formam a imagem de uma mulher pouco feminina, insensível, dissimulada e falsa. Para as mulheres com quem conversei, Dilma não passa confiança e credibilidade.
O olhar de Dilma Rousseff me fez lembrar do antigo provérbio "Os olhos são o espelho (ou a janela) da alma!
Me fez lembrar também de um antigo fado de Francisco José "Teus olhos castanhos"... que eu adaptaria assim para a candidata.. "teus olhos castanhos / em tantos tamanhos / são pecados... teus!

O Falcão e o Falcoeiro

De todas as verbalizações feitas por mulheres sobre o olhar da Dilma a que mais me chamou a atenção e despertou minha curiosidade é de que ela teria "o olhar de uma ave de rapina."
Pesquisei e descobri que o falcoeiro cobre os olhos do falcão com um capuz durante o manejo da ave para aclimatá-la aos seres humanos e para tranqüilizar a ave!
Melhor ainda, ao contrário dos animais de estimação, as aves de rapina são incapazes de demonstrar afeição, elas “não amam” o falcoeiro, são simplesmente oportunistas e aprendem que a vida com o falcoeiro oferece a fonte mais fácil e confiável de alimento e proteção.
Manter o relacionamento com o falcoeiro, portanto, é uma matéria da conveniência para ave. É um relacionamento de confiança recíproca.
A ave confia que o falcoeiro não vai roubar seu alimento e continuará a protegê-la, enquanto o falcoeiro confia que a ave retornará... em 2014!