segunda-feira, 12 de abril de 2010

Quem não se comunica... se trumbica!


O vídeo acima ilustra de maneira bem humorada meu interesse sobre o tema da comunicação interna na vida de uma empresa.
Há alguns anos publiquei um artigo sobre comunicação interna em um site de RH. Como o meu artigo é apenas 1 entre os mais de 175 sobre o tema e até hoje recebo comentários positivos dos leitores deste site resolvi revisitar o tema aqui no blog. É mais ou menos assim:
A imagem que os funcionários tem de sua própria organização é a base da imagem externa da empresa. Não existe melhor estratégia de comunicação do que transformar seus funcionários em verdadeiros embaixadores de sua empresa. Parece simples!
Existe uma diferença marcante entre a teoria dos livros texto e a realidade do dia-a-dia das organizações. Nos livros texto as organizações são descritas como se fossem umas máquinas bem azeitadas. Todos que trabalham na organização conhecem a visão e estão focados na implementação da missão. As pessoas estão sempre satisfeitas. A ansiedade é baixa e o moral é alto. As pessoas interagem entre si sem fricção alguma, formando equipes auto-sustentáveis. Não é poético?
Porque então é comum hoje em dia encontrar empresas onde as pessoas vivem constantemente apagando incêndios, frustradas, estressadas e cansadas no seu ambiente de trabalho?
A edição de n° 800 da revista Exame em matéria de capa ilustra bem o fato “Dois em cada três executivos já pensam em mudar de emprego - um problema para as pessoas e para as empresas” Estes sintomas evidenciam que as organizações - hoje em dia - não têm uma estratégia de relacionamento com seus funcionários. E como diria o ditado “quando você não tem direção, qualquer estrada te leva a lugar nenhum”.
Outros estudos também fornecem mais evidência de que das lideranças de empresas precisam restaurar a credibilidade de seus esforços de comunicação com seus funcionários:
  • Um estudo de 2002 da Mercer Human Resource Consulting, já mostrava que somente ⅓ dos 2,600 trabalhadores pesquisados concorda com a afirmação “Eu posso confiar que a liderança de minha organização irá sempre se comunicar com honestidade”
  • Outro estudo da Walker Information Group também de 2002 com funcionários de grandes organizações encontrou que somente 49% deles acreditava que a direção de suas empresas era formada por “pessoas de alta integridade”
Quando analisamos o assunto da perspectiva das lideranças as 7 justificativas mais freqüentes para problemas de comunicação são: 1) excesso de informação; 2) falta de envolvimento e participação das pessoas; 4) falhas na comunicação; 3) inconsistência das mensagens; 5) pouco de trabalho em equipe; 6) dificuldade em personalizar as mensagens para os diferentes níveis de funcionários; 7) integração da comunicação no processo de planejamento da empresa;
Na realidade estas desculpas são uma enorme hipocrisia na medida em que a principal razão reside no fato de que as lideranças não praticam seu discurso, ou como diriam os americanos “Walk the Talk”. Não existe hipocrisia maior do que um programa tipo “fale com o presidente” no qual a correspondência a ele dirigida é respondida por terceiros.
Comunicação Interna é como ser um pai na educação dos filhos: é preciso primeiro acreditar no discurso (credibilidade) dar o exemplo, (praticar) para poder influenciar o comportamento dos filhos (funcionários).
Parte da solução está em entender que comunicação interna é um esporte coletivo, ou seja, não pode ser função deste ou daquele departamento. É função de todos! Principalmente do profissional de recursos humanos e de treinamento.
Da diretoria ao chão da fábrica, Comunicação Interna deve ser considerada questão de “segurança nacional” e deve ser implementada por quem tem a responsabilidade de praticar diariamente os princípios de recursos humanos da organização.
Comunicação Interna é também um esporte de contato. Os programas e ferramentas de comunicação existentes são apenas isso - ferramentas - que não podem nunca substituir o contato e a relação pessoal. Desde a primeira entrevista de orientação de um novo funcionário até a entrevista de desligamento de outro funcionário, o contato humano é fundamental e insubstituível.
Comunicação Interna é uma via de mão dupla, portanto, tão importante como comunicar é saber escutar. Escutar com sinceridade e genuíno interesse em agir sobre a informação recebida.
Os 5 “C’s” de Comunicação interna eficaz são: 1) Clara; 2) Consistente; 3) Contínua e Freqüente; 4) Curta e Rápida e 5) Completa. Comunicação Interna é ter foco em poucas mensagens porque não se pode ser tudo para todos ao mesmo tempo!
Comunicação é fator de satisfação. As pesquisas de satisfação e clima do público interno precisam medir necessariamente se as mensagens da organização estão gerando credibilidade e prática dos valores da organização. Somente assim serão gerados o envolvimento, o compromisso e a prática das mensagens.
As lideranças devem portanto liderar o processo de comunicação interna, motivar suas pessoas para que se engajem no processo e acima de tudo dar as ferramentas, treinamento e recursos (tempo, gente e dinheiro) que irão construir o que eu chamo de uma caderneta de confiança, que como uma caderneta de poupança só deve receber depósitos.
Ou seja, construir relacionamentos com seus funcionários: informar, persuadir, envolver, e motivar funcionários constroem o negócio para os acionistas e deveria ser a prioridade n° 1 de qualquer líder empresarial nos dias de hoje.

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