domingo, 15 de agosto de 2010

Quem não se comunica... se trumbica!
Abelardo Barbosa - Quem não se comunica... se trumbica!

A televisão é um meio "quente"! O que eu aprendi sobre a televisão é que ela mudou a maneira como nós vemos o mundo, e principalmente como nós vemos uns aos outros.
Quem assiste ao noticiário na TV se acostumou a ver tragédias humanas, cidades inteiras, desaparecerem em questão de segundos.
Hoje em dia estamos todos "antenados" para receber informação rápida e ficamos entediados e impacientes, rapidamente, quando isso não acontece.
A televisão é muito constrangedora para os políticos. Ela requer que o candidato esteja relaxado e seja informal, breve, interessante e divertido.
O candidato tem que falar para milhões de pessoas como se estivesse falando com uma. Criar um relacionamento em questão de segundos!
Portanto, se você só dispõe de 60 segundos é melhor você ser um bom comunicador e dizer o que tem a dizer de maneira interessante e relevante para sua audiência. 

Fazendo do limão... uma limonada!

Já conduzi o chamado treinamento de mídia (media training) para mais de uma centena de profissionais em mais de 11 países na América Latina e posso distinguir um bom comunicador de um "limão" nos primeiros segundos.
Dilma Rousseff é um limão... que ainda não virou limonada!
Querem a prova? Vai aí em baixo:

Qual era a mensagem mesmo? São 300km de rodovias, quero dizer, ferrovias, e vão fazer mais 1000km até o fim do ano?
Sentiu firmeza?
Há bom! Não precisa explicar... eu só queria entender!
A audiência de cada aparição no noticiário das TVs é uma oportunidade preciosa demais para comunicar a mensagem do candidato.
São milhões de domicílios e votos indecisos a serem consolidados ou convertidos. Quando o candidato perde a oportunidade e não comunica sua mensagem é como tomar um gol jogando em casa, na Copa do Brasil ou na Libertadores, vale por dois! Quem não faz... toma!
Continuando com a analogia do futebol, a crítica dos jornalistas que cobrem as aparições públicas dos candidatos virou torcida!
Dilma foi bem porque não perdeu de goleada. Não foi o desastre que todos esperavam!
Já para José Serra ganhar de goleada não é mais do que uma obrigação!
Esquecem os áulicos jornalistas, que ficam discutindo forma e conteúdo, que o candidato é a mensagem! Não há como separar um do outro! Desnecessário discutir o óbvio.
Paixões à parte e na telinha, José Serra encontrou o tom de voz na entrevista do Jornal Nacional da rede Globo.
Resta agora ajustar o contraste e a nitidez da comparação entre candidatos na TV durante o horário eleitoral gratuito, em cada aparição ao vivo, em cada entrevista, em cada debate.
Nas próximas semanas o eleitor, com os pés para cima e relaxado, estará assistindo à TV e irá construir uma relação de confiança com cada candidato. Afinal, qual candidato está mais preparado para decidir sobre o meu futuro?
Para a maioria dos analistas o jogo nem começou e já acabou.
Lembro a todos que fomos para o intervalo de Brasil X Holanda ganhando de 1 x 0.
Quarenta e cinco minutos depois estávamos fora da Copa!
O jogo só termina quando o juiz apita!

Gentil Cardoso -“Quem se desloca recebe, quem pede tem preferência.”

Tenho dito e escrito que esta eleição não está decidida. A anedota conhecida em Brasília, de que só será possível prever os resultados depois de 3 de outubro, vai ser verdade mais uma vez!
Para Dilma Rousseff a estratégia é de defesa. Ela é tão ruim de comunicação que quanto mais ela se expor na televisão maiores as chances de tomar gol!
Seu objetivo é consolidar a vantagem de 8 pontos na média das pesquisas com campo a partir de 13 de Setembro!
Para José Serra a estratégia é de ataque. Quando eu digo ataque não me refiro a jogo sujo mas sim a construir sua imagem ao mesmo tempo em que desconstrói a defesa de Dilma.
José Serra precisa incendiar o jogo! Levar o jogo para a prorrogação. Levar a eleição para o 2º turno! E se necessário ganhar nos pênaltis!
Para os tucanos, à beira de um ataque de nervos e eventualmente desanimados frente a mais uma ejaculação precoce petista, lembro o folclórico treinador Gentil Cardoso que dizia:

“Daqui pra frente, quero todo mundo indo pra cima e chutando a bola pra dentro da área de qualquer ângulo.
Sabe como é (...) bola na bunda é pênalti.”

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