sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tiros na Realidade


Em momentos de crise existencial, de profunda angústia, frustração, tristeza, raiva, pânico, remorso, desespero, desolação e desalento a tendência natural do ser humano é a de tomar decisões radicais. Mudar de vida!

Ao invés de encarar as dificuldades, enfrentar os problemas e agir para mudar a realidade, nossa tendência é procurar pelo culpado, pelo "bode expiatório" ou para reafirmar nossos mais íntimos valores e crenças! Fugimos da realidade!

Esses momentos ocorrem quando a morte leva uma pessoa amada, por exemplo, ou quando nos defrontamos com situações anormais quando milhares de seres humanos perdem a vida!

Foi assim na calamidade da região serrana do Rio... em Janeiro, foi assim na tragédia do Japão... em Março! Quanto mais próxima a morte, maior a dor!

Foi assim que vivemos a insanidade do dia 7 de Abril em Realengo. Uma tragédia avassaladora, literalmente tão terrível e inesperada que desafia nossa própria compreensão.

É péssimo e lamentável o exemplo dado por nossos políticos, jornalistas, ativistas e "expertos" que não perderam a oportunidade da crise para explorar a morte de crianças inocentes com o objetivo de adiantar suas agendas cínicas e advogar mudanças "radicais", superficiais e incapazes de alterar o destino inevitável!

O destino do Brasil passa por educação, saúde, segurança, distribuição de renda, de política e de justiça para todos os brasileiros!

Quem sabe quais serão as lições que aprenderemos de mais essa tragédia!

Para mim a maior lição é de que este é um daqueles momentos na vida de um povo que requer reflexão para enfrentar nossa triste realidade e de ação concreta e cidadã para superarmos nossas dificuldades!

Os tiros de realidade de Realengo roubaram vidas preciosas!

Mas não podem roubar nossas almas!

5 comentários:

  1. Lamentável!
    Mas TUDO tem uma razão de ser...

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  2. Muito bom o texto Ronaldo. Amanhã, com sua devida autorização, vou publicar no meu blog.

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  3. O caminho mais fácil raramente é o melhor. O medo de encarar a vida de frente gera covardes.

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  4. Infelizmente, como em tantas outras tragédias, as lições serão ignoradas em detrimento do espetáculo das autoridades.

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