Tiros na Realidade
Em momentos de crise existencial, de profunda angústia, frustração, tristeza, raiva, pânico, remorso, desespero, desolação e desalento a tendência natural do ser humano é a de tomar decisões radicais. Mudar de vida!
Ao invés de encarar as dificuldades, enfrentar os problemas e agir para mudar a realidade, nossa tendência é procurar pelo culpado, pelo "bode expiatório" ou para reafirmar nossos mais íntimos valores e crenças! Fugimos da realidade!
Esses momentos ocorrem quando a morte leva uma pessoa amada, por exemplo, ou quando nos defrontamos com situações anormais quando milhares de seres humanos perdem a vida!
Foi assim na calamidade da região serrana do Rio... em Janeiro, foi assim na tragédia do Japão... em Março! Quanto mais próxima a morte, maior a dor!
Foi assim que vivemos a insanidade do dia 7 de Abril em Realengo. Uma tragédia avassaladora, literalmente tão terrível e inesperada que desafia nossa própria compreensão.
É péssimo e lamentável o exemplo dado por nossos políticos, jornalistas, ativistas e "expertos" que não perderam a oportunidade da crise para explorar a morte de crianças inocentes com o objetivo de adiantar suas agendas cínicas e advogar mudanças "radicais", superficiais e incapazes de alterar o destino inevitável!
O destino do Brasil passa por educação, saúde, segurança, distribuição de renda, de política e de justiça para todos os brasileiros!
Quem sabe quais serão as lições que aprenderemos de mais essa tragédia!
Para mim a maior lição é de que este é um daqueles momentos na vida de um povo que requer reflexão para enfrentar nossa triste realidade e de ação concreta e cidadã para superarmos nossas dificuldades!
Os tiros de realidade de Realengo roubaram vidas preciosas!
Mas não podem roubar nossas almas!
Texto perfeito. !!!
ResponderExcluirLamentável!
ResponderExcluirMas TUDO tem uma razão de ser...
Muito bom o texto Ronaldo. Amanhã, com sua devida autorização, vou publicar no meu blog.
ResponderExcluirO caminho mais fácil raramente é o melhor. O medo de encarar a vida de frente gera covardes.
ResponderExcluirInfelizmente, como em tantas outras tragédias, as lições serão ignoradas em detrimento do espetáculo das autoridades.
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